Os jovens são o nosso futuro
Quando uma filha ou um filho perde a vida num acidente rodoviário, essa é certamente uma das piores notícias imagináveis para os pais. Especialmente se forem muito novos – mas não menos trágico quando são recém-encartados. Em todo o mundo, segundo informações do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) da Universidade de Washington no estado de Seattle, os acidentes rodoviários são a causa de morte mais frequente de jovens entre os 15 e os 24 anos de idade. Isto aplica-se particularmente a homens jovens. Estimase que, em 2019 – de momento, os números mais recentes do IHME dizem respeito a esse ano – 175 000 pessoas com idades entre os 15 e 24 anos perderam a vida na circulação rodoviária em todo o mundo. Cerca de 80% deles eram homens. Este grupo etário compunha cerca de 15% de todas as vítimas mortais em acidentes rodoviários no mundo todo em 2019.
Estes poucos dados devem bastar para definir a missão inequívoca de todos os envolvidos de adotar todas as medidas corretivas relevantes. Mostramos neste relatório que existem inúmeras áreas de ação – principalmente na área das pessoas e da tecnologia. Com os condutores novatos, em particular, os maiores fatores de risco são a falta de experiência de condução, o excesso de confiança, o domínio insuficiente do veículo, a perceção limitada do perigo, distrações da realidade do trânsito, por exemplo, através da utilização de meios digitais e a condução sob o efeito de álcool ou drogas. Todas estas áreas problemáticas devem também ser colocadas em foco no âmbito da formação de condução, ainda mais do que já são até ao momento.
Para demonstrar a importância de um bom estado técnico dos veículos, realizámos vários testes de condução no nosso Technology Center no Lausitzring da DEKRA. Aí comprovou-se mais uma vez que, em particular, um contacto estável entre os pneus e a faixa de rodagem – independentemente do clima e do estado da faixa de rodagem – tem uma importância essencial. Pois só então é assegurado que também sistemas de assistência como o ABS ou ESP podem funcionar eficazmente. Tendo em conta o facto de que muitos condutores e condutoras jovens costumam deslocar- se com veículos mais velhos por motivos financeiros, a inspeção periódica dos veículos permanece um elemento absolutamente central para a segurança rodoviária. O envelhecimento, desgaste e, muitas vezes, também a falta de consciencialização para falhas técnicas, assim como poupanças em reparações e manutenção resultam inevitavelmente em que automóveis mais antigos, regra geral, apresentem falhas significativas muito mais frequentemente e constituam, por isso, um risco de acidente maior do que veículos mais novos.
Em cada um dos capítulos deste relatório ficará a saber em detalhe onde e como é possível atuar para assegurar que os jovens se deslocam com mais segurança nas estradas deste mundo, especialmente com veículos ligeiros de passageiros e motociclos. Tal como nos relatórios anteriores, analisamos as estatísticas para este fim e examinamos os resultados das investigações. Como tal, este relatório é muito mais do que uma compilação de factos sobre a situação atual. Em vez disso, a publicação deve provocar a reflexão e ser um guia para peritos da área da política, do trânsito e das infraestruturas, para fabricantes e instituições científicas, bem como para associações e todos os utentes da estrada. Além disso, o facto de mais uma vez termos tido a oportunidade de receber contribuições de peritos nacionais e internacionais conceituados, em que eles nos relatam as respetivas experiências e medidas adotadas, sublinha a elevada importância atribuída a este relatório nos círculos profissionais. Desde a sua fundação há mais de 100 anos, a DEKRA está comprometida ao máximo com a segurança rodoviária – e o compromisso continua.